terça-feira, 27 de julho de 2010

 (Recoleta, em Buenos Aires)

Buenos Aires é uma cidade mui hermosa. Mesmo. De fato, toma-se vinho bom e barato a qualquer hora e em qualquer lugar, há cafés em cada esquina e vi muitas livrarias. Mas o melhor, o melhor mesmo, é a sensação de estar em uma mistura de Rio de Janeiro e São Paulo. As avenidas largas, charmosas e arborizadas se parecem com o Centro do Rio. O clima, a arquitetura e o ritmo da cidade lembram São Paulo.
Foram apenas cinco dias, e passada a euforia do novo, é sempre (muito) bom voltar pra casa.

A verdade é que não levei máquina. Queria descompromisso com tudo. Até mesmo com o meu olhar sobre a cidade. 
Isso está guardado na minha memória afetiva.
Eu sei que pra vocês, fissurados em fotografia, não levar máquina parece uma heresia. Mas, entendam. Meus sentidos todos se misturam e vejo bem menos com os olhos do que com o corpo. Então...
De qualquer forma, há fotos da viagem e, como eu prometi, aqui estão algumas.
Espero que nas férias do ano que vem, eu tenha mais fotos de outros lugares para mostrar.
É o que eu mais desejo.

1º dia - Do aeroporto para a noite de Buenos Aires
Antes de sair do aeroporto, levei uma bronca. Enquanto esperava, saí (distraída) pela entrada da polícia federal. Detalhe, eu já tinha carimbado o "visto" e poderia transitar por onde bem quisesse. Los hermanos não foram muito educados. Turista não deveria ser bem tratado?
Acho que eles perderam essa aula na escola.

Ah, não tenho fotos dessa noite. Mas fomos a um bar, no bairro de Palermo. Que é dividido por "áreas". No nosso caso, o Palermo Soho. 
A música era tão alta que quase fiquei surda, mas tudo bem, estava lá para aproveitar. Logo no primeiro dia percebi que em Buenos Aires se come "empanada" em qualquer lugar. E que a batata frita deles é ruim. Mas em compensação, o vinho é barato e a cerveja, forte e gostosa.
Ah! O nome do bar era Macondo. 
Macondo é a cidade onde moram os personagens de Cem Anos de Solidão, de Garcia Marquez. Que é colombiano. 
Quem entende?
O detalhe bizarro ficou por conta da música. Ouvimos de um tudo no bar (no volume mais alto). Desde rock argentino a funk brasileiro. Com especial atenção para a música do filme Tropa de Elite.
Pá pá pá pá pá pá pá...
E... o telão exibia umas cenas que pareciam saídas do Canal Playboy. 
Parece que os argentinos são mais liberais que os brasileiros, porque, sério mesmo, nunca vi disso por aqui. E, não, o bar não era um "inferninho".

2º dia:
City tour pela cidade.
E sol.
Mas quem disse que o sol amenizou o frio? Passei um frio inacreditável.


Essa é a Avenida 9 de Julio. Larga e linda. Ficamos na Avenida Santa Fé, que cruza a 9 de Julio.


Aqui, o estádio do Boca Juniors. Um dos times de lá. Argentinos são fanáticos por futebol. O Boca é como se fosse o Corinthians daqui. A visita ao estádio é obrigatória e divertida.
O detalhe fica por conta da propanda da Coca-Cola, toda em P&B. 
O principal rival do Boca é o River Place, que tem o vermelho como cor, então, a Coca, pra não contrariar...




(Caminito)

O meu lugar preferido em Buenos Aires foi o Caminito (de La Boca). Fica no bairro do Boca e não é exatamente uma área nobre da cidade.
É uma espécie de Pelourinho de lá (guardadas as devidas proporções históricas e físicas).
Foi todo restaurado e hoje as casas são pintadas em cores diferentes e alegres. Há uma feira bacana lá. Você encontra desde cachecol até telas. 
Sem contar que você pode tirar fotos com sósias do Maradona e com dançarinas de tango. Preferi comprar cachecol e telas. :P
Ah! Foi lá que levei a cantada mais non sense da minha vida:
- Quem você acha mais bonito? Os argentinos ou os brasileiros? 
- Os argentinos (falei a verdade, mas em um espanhol macarrônico).
Ele sorri, me mostra outro cachecol, coloca no meu pescoço e diz algo mais ou menos assim:
- E nós ainda cozinhamos, lavamos os pratos, sabemos cuidar da casa e fazemos amor todos os dias. Que tal?
- Não obrigada, mas eu fico com esse cachecol aqui. 
(Depois dessa eu tinha de comprar alguma coisa, né?)
:P

O city tour terminou à tarde. Saímos pra bater perna e descobrir como vivem as pessoas lá. E, claro, fizemos compras.
O detalhe foi o frio inacreditável que passei. 


À noite fomos para um bar no Palermo Hollywood tomar vinho e ver gente.
A comédia da noite. Como não conhecíamos nada, fomos olhando, perguntando e pesquisando. Entramos (sem saber) em um bar que estava tocando Heavy Metal argentino.
De trágico, ficou cómico.
Detalhe: a batata frita que pedimos era feita com batata doce e o som estava tão alto que pra conversar, berrávamos. Minha prima (que também foi), achou um saco e dormiu (!!!!!!!).
No final, saímos rindo, de madrugada, pelas ruas. 

Decidimos parar em um café (quase de manhã), comer uma pizza e tomar vinho.
É, eu sei...
Esse foi o prenúncio de uma constatação: a vida noturna aqui é muito (muito) melhor (e mais cara).

3º dia: bater perna pela cidade e à noite t.a.n.g.o


As fotos são do que vimos e gostamos em Buenos Aires.
Muitos prédios lindos, muitas estátuas e mais táxi que gente. Impressionante!





(na casa de tango La Ventana)


4º dia: tempestade (!!!), passeio de barco e la ventania, museu de Belas Artes. À noite, teatro.

Esse foi o dia mais bizarro de todos. Fomos passear de trem e depois de barco em Mar del Plata. Depois desembarcamos em Porto Madero. Um bairro novo e chique de Buenos Aires, onde fica o porto. 
Simplesmente, pegamos uma tempestade. 
Eu não conseguia ficar parada em pé. O vento me empurrava. Você imagina a força do vento pra conseguir me empurrar?
Entramos correndo em um hotel e tchammmmm! Era o Hilton. 
Todo mundo molhado e exausto entrando no Hilton.
Precisa dizer mais nada, né?
À noite, ainda viva e seca, assisti a peça El Anatomista. E, sim, entendi tudo.
Ou quase tudo.
:P
Fim de noite em um café (meio borracha). Acho que tomei vinho todos os dias na hora do almoço e no jantar.



(eu, completamente molhada)

(eu, tentando ficar seca)


5º e último dia: a livraria mais linda do mundo (ou quase)

Como íamos viajar à noite, passamos o dia passeando.
Visitei a segunda livraria mais linda do mundo: El Ateneo. Era, originalmente, um teatro, daí os camarotes, o palco (que se tornou um café).
Incrível, mas parece que há uma livraria na Holanda mais bonita ainda.
O detalhe é que não achei nada do Quino (autor da Mafalda) lá. E, havia mais Paulo Coelho que Jorge Luis Borges nas estantes, que por acaso, assim como o Quino é argentino.
Em compensação,comprei muita coisa em outra livraria, muito menor, mas bem charmosinha e mais sortida.
Também andei de metrô, que é a coisa mais estranha do mundo. Parece um trem da Central do Brasil, no Rio.
O fechamento de portas é manual. Um sujeito coloca a cabeça pra fora do vagão, vê se há mais alguém entrando, e aperta um botão para fechar as portas.
Imagine isso na Sé, às 18h. Eu morro de rir só de pensar. O cara ia ficar a vida inteira com a cabeça do lado de fora. O metrô do Rio e de São Paulo dão um show em comparação ao de Buenos Aires.
Ahhhhhhh! A melhor parte: um das linhas tem metrô sanfonado. Sabe aqueles ônibus enormes de dois ou três "carros". O que os liga são aquelas sanfonas, certo? No metrô de Buenos Aires é igualzinho. Por isso eles fazem aquelas curvas tão radicais e balançam.
Se você for a Buenos Aires, por favor, ande de táxi.

(Livraria El Ateneo)


3 comentários:

Orquidea Beladona disse...

:O

Lindo tudo!
O cachecol...sem pompom, tambem! XD

Lidiane disse...

Oi, Line.

Estou doida pra conhecer a Espanha.
Espero que você esteja lá pra gente passear muito.

E o cachecol... bom, o das fotos eu levei daqui. É de estimação.
:P
E a parte que eu mais gosto é o pompom.
risos
Sério.
Todo mundo implica e, acho que com razão. Mas é que gosto de coisas meio diferentonas mesmo.
Na foto não aparece, mas tenho uma luva rosa com os dedos coloridos. É infantil. Não tem tamanho adulto. Uso porque minha mão é minúscula.
:P
Ah! Comprei uma de couro na "província" que você ia gostar. Bem estilosa e a sua cara.

Beijoca e saudade.

Orquidea Beladona disse...

Vero? Vc me imagina chique?
Xiiii.... XD

Bom, eu espero nao ter que voltar pra lá. Mas como parece que nao da muito certo aquilo que eu quero, logo logo a gente se ve, sem duvida :/

:)
Bjo