sexta-feira, 31 de julho de 2009


(Nicoletta Tomas Caravia)

OK, tá bom, eu já entendi. Hoje é dia do orgasmo. Já recebi uns dez e-mails sobre o assunto.
Só não entendo o porquê é preciso um dia específico para isso.
Voto para que o dia do orgasmo seja comemorado todo dia.
E na prática.
Tá bom assim, hum?
:)

E, falando nisso, tirinha em comemoração a.

(Gilmar, em "dia do orgasmo" - veja mais aqui)
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(Renoir)

Possibilidade é uma palavra que gosto muito. E, talvez por isso, São Paulo me atraia tanto. Apesar das chuvas, do trânsito e da multidão que sobe e desce as ruas o tempo todo.
Não fosse por isso, seria perfeito. Como ontem, um dia nublado e frio, na Paulista.
Em uma única tarde, pude almoçar feliz e indiana no meu restaurante preferido. Andando mais um pouquinho, e chegando ao MASP, fiquei pertinho de um Van Gogh e me senti sozinha e triste como ele. Em seguida, porque a vida vai além das dores, me imaginei dançando para o pequeno e louco Lautrec em um cabaré na França. Diante de Rivera, fechei os meus olhos e explodi de paixão pelas cores quentes e pelo verão das peles morenas. E, quando abri, me vi azul, como em uma tela de Picasso. E só então, fui embora, me sentindo uma das mulheres de Renoir.
Grande, tranquila e linda.
Atravessando a rua, a exposição do Sesi brincou com os meus sentidos. E me fez rir quando o "moço das guias" tocou em uma instalação que era só para ser vista. Culpa minha, confesso.
Isso tudo me fez lembrar Duchamp, que, por coincidência, "vi" em seguida na Martins Fontes, quentinha e convidativa, como uma casa que vende livros deve ser.
O frio persistia na Paulista, me lembrando de um tempo em que eu tinha poucos casacos, porque nunca havia passado tanto tempo em uma cidade tão fria. Fiquei com saudades de Salvador e do vento morno fazendo cócegas no meu rosto.
A saudade passou logo quando, no Itaú Cultural, vi uma exposição sobre a vida e obra do Zé Celso. Yemanjá estava lá, recebendo de braços abertos, em um terreiro cenográfico, a todo filho que quisesse experimentar o encantamento do teatro.
Terminei o dia, na casa das Rosas, tomando chá, falando pelos cotovelos e sonhando com uma biblioteca "com teto de madeira", tão aconchegante e acolhedora, como o mais quente e macio dos abraços.
Hoje, já estou com saudade de ontem.
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quinta-feira, 30 de julho de 2009



Acabei de ler o e-mail confirmando. Eu sei que as circunstâncias não são as melhores, mas a notícia veio em boa hora: as aulas foram adiadas e só começam no dia 10.
Não conte pra ninguém, mas estou feliz com isso.

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Quase duas da manhã. Acabaram de me perguntar qual o "quadro" mais gosto.
É tão difícil quanto escolher um livro preferido, mas...



(Matisse, Icarus)
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quarta-feira, 29 de julho de 2009



Chove sem parar. E, não gosto de chuva. Não adianta explicarem o quão romântica a chuva pode ser, como ela é importante para as árvores, para o ecossistema, para os duendes das margaridinhas selvagens e para São Jorge na lua. Não gosto.
Então, para a minha sorte e para comemorar o fim das férias, chove sem parar em São Paulo. E sem parar não é uma hipérbole. A cidade virou uma peneira.

Comprei mais dois livros hoje. E eu já tinha me prometido parar com isso. Ê vício.

Há anos não via um ex colega de trabalho e hoje, por acaso, nos encontramos aqui pertinho. A primeira coisa que ele disse depois de me abraçar e beijar foi:
- Nossa, menina, eu tinha me esquecido como você é tão "mulher salada de fruta"...
Pensei que ele estivesse me chamando de cheirosa. Só entendi direito agora, depois que cheguei em casa.
Sorte a dele.

E-mail do chefe: as aulas vão começar mesmo no dia 03 de agosto.
E-mail do ex chefe: como assim você não tem mais horário?
Até tenho. De meia-noite às cinco da manhã.
É uma pena, sinceramente. O reforço no orçamento até que seria (muito) bem-vindo.
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(Antonio Pollaiolo, em Hércules e Hidra)


Noite incomum. Quatro pesadelos. Quatro.
Sinceramente ainda não sei o porquê me impressiono com as respostas que a minha mente e o meu corpo dão a situações que não serão boas para mim. Pior: não sei porque insisto em contrariar o que parece óbvio.
Deve ser uma espécie de masoquismo macrobiótico, que eu vou "ruminando" aos poucos, sem perceber o efeito que isso traz a longo prazo.
Agora há pouco, mexendo na minha estante de livros, recebo cumprimentos franceses e um sussuro de que 34 é justamente a idade da razão. E sou obrigada a discordar de Sartre. O inferno e o paraíso sou eu. Os outros, são apenas os outros.
Se eu não acredito em criacionismo, porque iria acreditar que a responsabilidade por minhas bobagens (e acertos) é culpa do mundo? Talvez porque eu seja um paradoxo. Mas, a verdade é que essa resposta é fácil demais.
A responsabilidade de quem eu sou e do que eu faço é minha, sim. E dessa minha inacreditável tendência à negação do que preciso.
O lado bom disso tudo é que, agora, reconheço uma outra mudança de pele. E, já não dói.
Mas arde.
Arde como arnica em uma pele quente. E a minha é incandescente.
Se é verdade o que "eles" me disseram, que eu já tenho respostas a perguntas que ainda não fiz, então, vou esperar a calma de uma outra primavera. Até que Plutão, mesmo rebaixado em sua condição de planeta, brilhe intenso e poderoso no meio do meu céu e me faça trazer à luz, a cabeça de Hidra.
Até lá, que a eternidade me acolha no aconchego de um tempo que ainda não existe. E que eu possa ser um eu mais doce, ainda que de espada, escudo e elmo.

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segunda-feira, 27 de julho de 2009



Como é mesmo aquela frase do Nietzsche?
"E o homem criou deus a sua imagem e semelhança".

Decidi que vou comprar as obras completas do Calvin e da Mafalda assim que der.
E decidi que, de vez em quando, preciso jogar na Mega Sena.

Nada de montarem o meu guarda-roupa. De trágico, isso já está ficando cômico.



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domingo, 26 de julho de 2009


(Van Gogh, Noite Estrelada)

Dia desses me perguntaram porque não divulgo o Transitivo e Direto. A resposta é simples. Não quero exposição porque prefiro ter a liberdade de falar o que quiser, sem a preocupação de saber quem vai ler.
Aqui só vem vocês. Ou você. E, sinceramente, prefiro assim. É mais intimista e dessa forma, me sinto mais à vontade.
Falar nisso, ontem, enquanto lia um texto lúcido e pontual do Marcelo Gleiser sobre o quanto a vida inteligente é rara no universo, me peguei pensando na materialidade das coisas.
Extrapolando o campo da ciência e pedindo licença a quem quer que esteja lendo, me questiono sobre o porquê a inteligência precisa estar, necessariamente, ligada à tangibilidade. A um corpo. E não, não falo de deus, Deus ou D-us. Falo de nós, demiurgos. Gosto de pensar que existem inteligências imateriais, que extrapolam o corpo físico e vivem além da nossa pouca e limitada consciência. E que elas estão em todos os lugares, além do espaço-tempo. Além da linha transparente e vibrante que liga o nosso centro de gravidade à consciência de estarmos vivos. E que a não materialidade obedece a um sistema de vida próprio, como o nosso, mas diferente do nosso. Um sistema no qual não há religião, porque não há mais no que crer, além da vida que rega a própria vida.
Talvez já seja assim no mundo dos poetas e dos loucos.
Talvez.
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sexta-feira, 24 de julho de 2009


(Kurt Halsey)

Frio, sabe?
Vontade de resolver tudo logo. E ficar assim, deitadinha e quentinha debaixo das cobertas.
Dengo puro.
Eu sei.
E eu a-d-o-r-o essa palavra: dengo.
É redondinha, boa de falar.



(Nemesio Antúnez, la ultima cama)

Há dias olho para essa tela sem saber ao certo o que sinto por ela.

Achei um livro de contos de Herman Hesse aqui em casa. Será que é meu?
Estranho eu nunca ter lido. Estranho mesmo, principalmente porque perdi "O Lobo da Estepe" há um mês, depois de anos a fio procurando para comprar.





Melhor ligação do dia agora há pouco.
Boa sorte, viu? Estou torcendo muito para dar tudo certo. E faça o favor de vim me visitar logo (além da saudade, só confio em você para formatar meu HD).
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Ouvindo Elvis enquanto trabalho. Ganhei umas cem músicas. Delícia de voz.

Testando o Google Chrome. Até agora, tudo bem. Não tem lá muito charme, mas parece bem funcional. Além disso, achei o logo parecido com o Genius, da Estrela. Lembram?

E nada do cara vim montar meu guarda-roupa. Liguei de novo reclamando. Sérião, vou ligar para um jornal que tem aqui e colocar a boca no trombone. Bem brava, eu.


E essa chuva levou, literalmente, meus planos por água abaixo.



(não conheço o autor da imagem)


Mafalda.
Amo!



(clique em cada uma das tirinhas, para ampliar)
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quinta-feira, 23 de julho de 2009


(Siegfried Zademack)

Não para de chover. Já estou criando guelras. Frio é bom. Mas frio sem chuva.

E tem gente que não entende o porquê gosto tanto de Pierre Lévy:
"A palavra virtual vem do latim virtualis, derivado por sua vez de virtus, força, potência. Na filosofia escolástica, é virtual o que existe em potência e não em ato. O virtual tende a atualizar-se, sem ter passado no entanto à concretização efetiva ou formal. A árvore está virtualmente presente na semente. Em termos rigorosamente filosóficos, o virtual não se opõe ao real mas ao atual: virtualidade e atualidade são apenas duas maneiras de ser diferentes".
(Pierre Lévy, em O que é virtual?)

Conselheira estelar me disse hoje de manhã que nego o que quero, o que sinto e quem sou. Acho que por medo. Então, prometi ser mais aberta às possibilidades.
E sim, já dei bola fora hoje. Mas vá, pelo menos tenho bom humor.

E nada de montarem meu guarda-roupa.

E, obrigada pela companhia, moço das guias. Pena que choveu.


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Falar em amigos, tenho uma das mais talentosas.
Com vocês, Haline Moretti.


quarta-feira, 22 de julho de 2009


(Bichinhos do Jardim - pra ver mais tirinhas, clique aqui)

Estava pensando: aparentemente deu tudo errado hoje. Mas aí lembrei dos amigos ligando, das mensagens de texto e de quanto cuidam de mim, mesmo quando eu sou a mais bicuda das criaturas.
Obrigada, meu amores.


Falar nisso, "menino mais meigo do mundo", obrigada pelo banner. Ficou bem melhor agora com a definição certa. Adorei o presente, a surpresa e o carinho. Estou devendo mais essa.
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(imagem daqui)

Esta semana me disseram que uma cólica muito forte é parecida com a dor do parto. Ouvi isso de uma mãe de dois meninos. E, apesar da minha cara de incrédula, ela garantiu, muito garantido. Se isso for mesmo verdade, parece que ando tendo filhos t-o-d-o santo mês. Sem ter. A dor é mesmo lancinante. Isso explica ou deve explicar, em parte, a minha TPM. E, sim. tomo remédio, tomo chá(s), uso bolsa de água quente e planto bananeira se me pedirem (sem antes reclamar um pouco, claro). Já me disseram também que, cólicas assim, tem a ver com a não aceitação do feminino. Então, sejam minhas testemunhas: eu aceito. Aceito o meu lado feminino, frágil, delicado e perfumado. Aceito tudo isso e aceito feliz. E, para provar, vou ficar em casa hoje só cuidando de mim. Cabelo, unha, pele e intelecto. Porque ser feminina não quer dizer ser burra, né?

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Estou postando pela primeira vez do Netbook. Êêêê! Foi uma boa aquisição. Levinho, bonito e não custou fortunas. Só sinto falta de um drive de CD/DVD. E de um teclado maior. Mesmo sendo ágil em digitar, ainda me atrapalho um pouco. De resto, perfeitinho. 10" de felicidade.
E a coluna agradece o peso a menos na mochila.

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Falar em coluna, viva o Jânio-mão-santa que colocou a minha no lugar com apenas duas sessões de massagem. Com a batida no possante, desloquei uma vértebra e nem percebi. Uma semana depois, no banho, travou tudo e aí, só dor. Nada de raio X, nada de injeção, nada de gesso. Só um japa, baixinho, falador e genial. Foram os 100 reais mais bem empregados nessas férias.

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Vi Harry Potter ontem. Na verdade, queria mesmo ter ido assistir com meus amiguinhos de 14 e 10 anos, no Rio. Eles são fissurados e é uma delícia conversar com eles sobre isso. Confesso que eu só leio os livros para ter assunto com os moleques. Já os filmes... bom, eu gosto.

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Em São Paulo, quando chove, chove de verdade. Dia desses, voltando da minha caminhada, entrei no mercado pingando e fui pegar uma cestinha. Um senhorzinho, daqueles encurvados e com cara de bisavô, estava logo atrás. Por gentileza, dei a minha cestinha para ele e peguei outra. Ele agradeceu todo contente e me saiu com essa:
- Sabe, minha filha, no meu tempo, as mocinhas não gostavam dos homens.
- Não? Pergunto fazendo cara de espantada.
- Não filha, elas não gostavam de jeito nenhum. Mas hoje...
- O que tem hoje?
Ele suspira, faz cara de velhinho safado e responde: - Hoje? Hoje elas adoram.
Quem estava na fila, riu e eu, passei o resto do dia feliz.

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E, por último: JAMAIS comprem nas Casas Bahia. Estou há dias e dias esperando a montagem de um móvel e até agora nada. Muita propaganda, nenhuma eficiência. E claro, ninguém resolve nada.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O eclipse é amanhã. Não hoje. Errei por um dia.
Então tá. Mas e aí? O meu eclipse foi hoje. E tudo por conta das Casas Bahia, da concessionária e da TPM.
Tudo contornável, é verdade. E a vida segue.

Falar nisso, há dias tento ler e não consigo. Coisa rara. Ou, livros errados.




(Ilustração de Céo Pontual - daqui)

Ansiedade no limite.
E parece que teremos um super eclipse hoje.
Uow!
Além disso, Possante na revisão de 1 ano.
Só pelos céus!



Descobri Carlos Ruas há alguns meses.
Ele tem um blog de tirinhas que é bacana.
Vale a pena a visita. É só clicar aqui.

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Laerte é um dos meus preferidos.
Inteligência (e talento) a serviço do humor.
E para quem ainda não sabia, além do site convencional, ele tem outros espalhados por aí.
Vale (muito) a pena visitar aqui e aqui.



(Laerte)
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Dos filmes mais lindos.

E, você sabe, eu acredito em mágica, no universo e em possibilidades escondidas.


(cena de Bagdad Cafe)
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domingo, 19 de julho de 2009

Festival de Inverno em Campos do Jordão este fim de semana.
Frio, cachecol, chocolate quente (chocolate frio, chocolate de qualquer jeito), amigos, sopa, vinho e muita risada.
Não gostei da Baden Baden. O que não é novidade, já que não gosto de cerveja. Mas o contexto compensou.





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Primeiro post.
Transitivo e Direto.
Com tem de ser.

Bem-vindo(s) e vamos lá.

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Sábado passado teve festival Tanabata na Liberdade, o bairro oriental de São Paulo.
Eu fui.
E, ontem, fiquei sabendo que mais gente foi. Gente nova, gente boa.
Gente que gostei.
Mundo pequeno.


(Foto de celular, por isso a definição ruim).
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