quarta-feira, 29 de julho de 2009


(Antonio Pollaiolo, em Hércules e Hidra)


Noite incomum. Quatro pesadelos. Quatro.
Sinceramente ainda não sei o porquê me impressiono com as respostas que a minha mente e o meu corpo dão a situações que não serão boas para mim. Pior: não sei porque insisto em contrariar o que parece óbvio.
Deve ser uma espécie de masoquismo macrobiótico, que eu vou "ruminando" aos poucos, sem perceber o efeito que isso traz a longo prazo.
Agora há pouco, mexendo na minha estante de livros, recebo cumprimentos franceses e um sussuro de que 34 é justamente a idade da razão. E sou obrigada a discordar de Sartre. O inferno e o paraíso sou eu. Os outros, são apenas os outros.
Se eu não acredito em criacionismo, porque iria acreditar que a responsabilidade por minhas bobagens (e acertos) é culpa do mundo? Talvez porque eu seja um paradoxo. Mas, a verdade é que essa resposta é fácil demais.
A responsabilidade de quem eu sou e do que eu faço é minha, sim. E dessa minha inacreditável tendência à negação do que preciso.
O lado bom disso tudo é que, agora, reconheço uma outra mudança de pele. E, já não dói.
Mas arde.
Arde como arnica em uma pele quente. E a minha é incandescente.
Se é verdade o que "eles" me disseram, que eu já tenho respostas a perguntas que ainda não fiz, então, vou esperar a calma de uma outra primavera. Até que Plutão, mesmo rebaixado em sua condição de planeta, brilhe intenso e poderoso no meio do meu céu e me faça trazer à luz, a cabeça de Hidra.
Até lá, que a eternidade me acolha no aconchego de um tempo que ainda não existe. E que eu possa ser um eu mais doce, ainda que de espada, escudo e elmo.

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