domingo, 30 de agosto de 2009


(Rono Figueiredo)

Bom dia de sol! Uma praia cairia bem, né? A.m.o andar na beirinha da água, de manhã bem cedinho.
Estou pensando em ir, qualquer dia desses, ao Guarujá, molhar meus pés no mar, pedir bênção a Yemanjá, almoçar em um restaurante bacana, dar um abraço nos amigos e subir no fim da tarde.
Vou ver quais são meus dias de "folga".
Quem sabe dá certo...

Dormi e acordei com dor de cabeça.
Se não melhorar, vou apelar para o santo Dorflex.
Pensando seriamente em ir ao homeopata e fazer acupuntura. E, me matricular em uma academia.
Essa é a ideia mais bizarra que tive este ano (para o meu pequeno e arrumadinho universo), mas ouvi uma coisa esses dias que me fez pensar: "prioridades". Preciso esquecer minha falta de tempo e me organizar em prioridades.
Parece óbvio, né? Pois é... mas aprendi que o óbvio não existe.

Indo ali trabalhar.
Cadê o Dorflex?
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sábado, 29 de agosto de 2009


(Dali, Girafa em fogo)


Eu sei que (quase) ninguém entendeu o post anterior. Quando estou brava, fico assim, em códigos. E, aí, dá-lhe metáforas e mensagens cifradas. A parte boa é que não preciso me desculpar depois. A ruim é que o destinatário não faz a mínima ideia de que tudo aquilo seja pra ele. O que, no final das contas, também é uma coisa boa. Normalmente não sou das mais doces quando fico brava desse jeito. O melhor de tudo é que, duas horas depois, nem eu lembro o motivo de tanto furor. E aí fica por isso mesmo.

Tanta coisa aconteceu esses dias, mas a preguiça é maior que a vontade de escrever. E eu quase posso ouvir o silêncio do que ainda não foi escrito. Por isso, gosto de estar aqui, na solidão do Transitivo. É como se estivesse escrevendo no ar e lendo só pra mim. Em pensamentos.
Eu sei que, de vez em quando, você vem aqui. Mas entenda, eu sou feita de entrelinhas, e por mais que você me conheça, nunca vai saber quem eu sou de verdade. No fundo, acho que é assim com todo mundo. Até com quem menos se espera.

Conversei com a conselheira estelar hoje. E ela está certa em me dizer que uma vez tomada a decisão, não posso ficar voltando atrás, sem motivos. Não vou voltar. Me sinto melhor hoje que há um ano e meio. Aquela pontinha de dor está (finalmente) indo embora. E sabe, foi bom passar por esse período sem precisar recorrer a nada, além da costumeira vontade de ser feliz. Foi importante encarar a vida real sem subterfúgios e seguir em frente. Mesmo sentindo falta de um abraço que nunca vou esquecer.
Fiz tanta coisa boa nesse intervalo, que eu, agora, agradeço por ter tido esse impulso. Talvez pudesse ter sido de outra forma, mas não foi. Então, que isso fique de lição. Uma lição importante. Acho que estou quase pronta de novo. Mas sim, ainda há medo, resistência e reserva. Mentir pra quê? Se não gosto que mintam pra mim, não tem sentido eu fazer isso comigo mesma.

Falar nisso, as caronas de quinta têm me feito um bem danado. Os assuntos simplesmente surgem e como num passe de mágica, tudo faz sentido. Quinta-feira agora, desci do carro e entrei rindo no metrô. Um ano e meio me achando a criatura menos sexy do planeta e voilá, a vida não é feita só de corpos bonitos. Eu sei que isso é tão clichê, tão bobo, mas é que cada um tem os seus motivos, né? Os meus, para mim, são óbvios. Eu sei que me olham de dois jeitos. A questão é: como eu me vejo?

Estou abrindo meu coração, sabe? Espero que você não se importe em ler isso. Parece tão brega. Mas acho que faz bem colocar pra fora o que ficou tanto tempo escondido. Além disso, não é das coisas mais fáceis dizer coisas que só penso no escuro. É preciso uma certa dose de coragem. E estou olhando bem de frente para a minha agora. Grande parte dela ainda está escondida, mas eu sei que ela existe.

Comprei um chá diferente do usual. Vou tomar daqui a pouco. Mudar é a palavra da vez. Nem que seja em pequenas coisas.

Semana passada, conversei com um aluno no final da aula sobre música. Não lembro porque o assunto saiu. Deve ter sido alguma coisa que falei durante uma explicação. Lembro de ter mencionado rapidamente que gosto de rock e música clássica. Esta semana ele me deu um CD de Bach. Um mimo desse salva a semana. Sabe o pior? Não lembro direito do rosto dele. Foi tão rápido. Estou meio desolada por isso.

Falei com um amigo querido ontem. Tempos e tempos sem conversar e, então, o telefone toca. Umas vinte vezes, porque toda hora ele precisava desligar para atender alguém. Isso fez a minha sexta-feira ficar mais leve.

Gosto de girafas. Até das espaciais. ;)
(Comentário mais non sense. Eu sei).

Tenho tanto trabalho pra fazer que estou meio chateada. Não sei por onde começar. E não gosto dessa sensação. Aí, para compensar a cara feia, fui comprar um sapatinho. Não gostei de nada. Me diga como isso é possível? Como?

Eu adoro água fria. Mas ultimamente, tomar banho morno tem sido bom. Esqueço da vida. Quando eu ficar rica, além de uma biblioteca com teto e estantes de madeira, quero uma banheira bem grande.

É estranho sentir saudade de quem se conhece tão pouco. Mas eu sinto.

E esse feriado que não chega...

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quarta-feira, 26 de agosto de 2009


(Goya)

Eu, fauvista, mais por gosto que por nascimento, estou vestida de Goya e sentanda em um jardim de caminhos que se bifurcam.
Essa sou eu. Resplandescente de liberdades e metáforas.
Fora do alcance de suas mãos. E perto, muito perto do seu mais terrível pesadelo.
Um conto de Poe. Um dia nublado. Um salão de gente desconhecida.


terça-feira, 25 de agosto de 2009



Perdi meu celular.
Achei meu celular.
Chico Buarque e Rita Lee têm marcado presença esses dias. Já furei os CDs.
Acho que vou mudar o repertório hoje. Preciso de alguma coisa mais agitada. O sono está me deixando lenta.
Vou cochilar 15 minutos antes de sair (até parece que eu consigo). Pelo menos vou fechar os olhos, o que é bom. Muito bom. Minha cama anda tão macia. Tão gostosa.
Furei com o dentista hoje. O número dele estava na celular, por isso, não consegui ligar. Mas isso é o de menos, porque de sábado não passa. Tortura com data marcada.
Não consegui fazer meu "dever" da Pós-Graduação. Vou tentar mais tarde. O prazo é hoje e claro, eu estou super atrapalhada com tanta coisa pra resolver, elaborar, e sei lá mais o quê.
Descobri que a palavra "míni" tem acento. Como eu consegui viver até agora sem saber disso?
O trânsito hoje estava impossível. Vamos ver agora à tarde. Que o tempo melhore.
Comi Bis hoje. Um monte deles depois do almoço. Não deveria, eu sei (sei mesmo). Mas a vida também é feita de gostosuras. Amanhã eu compenso.
Falar em compensar, meu cabelo está enorme. Pensando em cortar bem curtinho de novo. Pensando.
Não estou conseguindo ler uma linha sequer esses dias. Está fazendo falta. Olho para os meus livros, tadinhos, e me sinto desnaturada.
E esse feriado que não chega, hum?
Antes disso, quero ir ao cinema. E tomar café no Starbucks. Descafeínado, claro.
O coelho da minha irmã estava aqui. Ele correu atrás de mim. Mas mostrei quem manda. Parei, olhei pra ele e disse: Pingo, chispa.
Ele chispou. E depois ganhou cafuné demorado. Coelhos gostam de cafuné. Mas, pensando bem... quem é que não gosta?

sábado, 22 de agosto de 2009



Eu não me canso de dizer que o Laerte é um gênio.
Essa tirinha é uma obra-prima. E não, não acho que estou exagerando.



(Édouard Manet)

Sabe a rua do post abaixo? Também tem a melhor padaria do universo. Fiquei tão perdida lá dentro... gostosuras sem fim, sabe? Tomei café com leite e comprei quase sessenta reais de delícias. Aí, liguei para minha irmã:
- Você vem amanhã, né?
- Não sei.
- Mas você tem de vim, senão, quem vai comer isso tudo? - disse quase chorando e segurando nem sei quantos pacotes, toda atrapalhada pela rua.

Prometi que ficaria uns dias sem fazer outra bobagem, mas... nessa rua também tem um banca bem grande de revistas. Acho que não tinha contado isso ainda, né? Pois é. Juro que parei só para olhar as novidades. Juro. Mas não resisti e comprei (mesmo sem poder) três CDs com livrinhos: Strauss, Haydn e Bizet. Voltei pra casa ouvindo Strauss. Bem alto. Com os vidros fechados. E pensando em perguntar para o moço sério se ele quer ouvir também. Qualquer dia desses, em uma folga.



Hoje é sábado, dia de acordar mais tarde. Felicidade só por isso. Ou... também por isso. E, mesmo podendo ficar na cama, preguiçosamente até mais tarde, eu tinha horário. Mas me atrasei.
Sabe o engraçado? Conselheira estelar esqueceu de me agendar na hora combinada. Então, tive de esperar, mesmo atrasada. E, ao contrário do que possa parecer, fiquei feliz, porque pude andar por ruas de casas bonitas. E, foi numa dessas ruas, procurando uma padaria que me disseram ser boa, que encontrei essa árvore das fotos. De tão amarela, sorria para o mundo inteiro. E para mim. Me lembrei de você e também sorri, sozinha, como uma moça boba. Porque sei que você também sorriria, como um moço bobo. Então, tirei essas fotos. Sem definição, porque são do celular. Me perdoe por isso. Eu sei que não gosta de fotos sem definição, mas entre a definição e a flor, eu acho que prefere a flor. E eu queria tanto, tanto mostrar pra você...
Mas o melhor mesmo foi chegar em casa e ver seu e-mail. Será que estamos na mesma sintonia ou é apenas saudade um do outro, ao mesmo tempo?
Eu prometo que vou ouvir as músicas e calçar um sapatinho roxo para acompanhar. E obrigada, menino mais meigo do mundo. Você me fez mais leve hoje. E me fez sentir um calorzinho tão bom no coração... Você sabe o quanto gosto de carinho. E eu queria tanto, tanto, tanto te dar um abraço e agradecer por se lembrar de mim. Por associar coisas divertidas a mim, por ser tão doce e tão meigo comigo... Você sabe o quanto, mesmo sendo "durona", eu preciso desse aconchego. Ainda que distante e intermitente. Mas de verdade.
É por isso (e por outras) que não me canso de repetir: ontem, hoje e sempre: "eu vejo flores em você".

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Passei o dia todo com cólica. Todinho. Uma dor, assim, indecente. Acho que preciso colocar a resolução disso como prioridade na minha vida.
O engraçado foi dar aula com um monte de Buscopam no juízo. Fiquei, claro, meio lerda. E boba também.
Mas o ponto alto do dia foi o motorista do táxi. Sujeito mais sem noção. A cara do Dinho, do Capital Inicial e sem um pingo de juízo. Sei lá porque, me contou todas as conquistas amorosas dele. E ainda perguntou se eu bebia.
- Bebo não.
- Nada?
- Só um pouco, quando dá vontade.
- E quando dá vontade?
Nessa parte eu fiquei muda. Porque não sei quando dá vontade. Eu deveria ter respondido que não sei. Mas não consegui falar. Acho que ele entendeu e mudou de assunto: o trânsito de São Paulo.
Desse assunto eu sei falar. Todo dia, passo horas e horas de lá pra cá, em um deslocamento que só quem é daqui, entende.
Na volta pra casa, peguei uma carona. E sabe, ouvi coisas tão boas. Papo delícia. É tão bom conversar com quem tem algo a dizer. Tão bom e tão raro. Não sei se foi a cólica, mas fiquei pensando em como, às vezes, a gente se depara com artificialidades sem fim. Pessoas que se importam com o ter, ao invés do ser. Com a aparência das outras pessoas. Como se tivessem vergonha de viver ao lado de quem não é perfeito. Cansei, sabe?
Estou meio de saco cheio de gente rasa. Gente fraca. E, nessa meia hora de carona, a ficha caiu. Gosto de fichas que caem. E de ter a percepção de que tudo, absolutamente tudo tem um propósito. E que eu realmente tenho sorte.

Vou dormir. O chá fez efeito e eu nem sei mais o que escrevo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009


(De Chirico)

Se na segunda o dia foi lindo, a terça começou com chuva. E, todo mundo sabe, eu não gosto de chuva. Então, imagine o meu bico... Mas tudo passa. E agora estou aqui, sequinha, nesta quarta nublada, pensando se almoço ou se cochilo meia hora. Provavelmente vou cochilar. Tenho dormido pouco e eu preciso de mais. Muito mais.

Queria ter a facilidade para encostar e dormir no metrô, no ônibus, em pé ou em qualquer canto, mas não consigo. Tem gente que até ronca. É tão engraçado... Eu fico olhando e olhando. Provavelmente por inveja.

Ontem comprei três livros novos. Acho que é compulsão, sabe? Sei que não vou ler agora, mas eles me chamavam lá da estante. Tão disponíveis. Tão dados. Parecendo que queriam ser de alguém. Agora são.

A melhor cena do dia foi um cachorro todo peludinho, tentando subir pela escada rolante. E no sentido contrário! É claro que, quanto mais ele tentava, menos ele saía do lugar. O metrô parou para olhar e sorrir. O cachorro também parecia sorrir. Juro. Aquilo, para mim, foi como um bom dia refrescante.

Eu quase posso ouvir o silêncio de uma tela do De Chirico. Gosto tanto!

Estou quase furando o CD do Ney Matogrosso cantando Cartola. Coisa mais linda do mundo. Presentão.
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A TPM, realmente, me deixa meio sem noção. Eu falo tantaaaaaaaaa bobagem que estou começando a pensar em usar mordaça. Ou, fazer voto de silêncio.
Vamos ver...



segunda-feira, 17 de agosto de 2009


(Remedios Varo)

O dia amanheceu tão lindo hoje. Tão lindo! Prenúncio de coisa boa vindo por aí.
Espero. Porque eu mereço coisas boas.
O mensageiro dos ventos do meu quarto tocou quando escrevi isso. Sinais que só existem em um mundo que criei pra mim. É por causa dele que olho o céu e me vejo estrela. Mas nesse meu mundo, há também o que não quero. Pensamentos que entram pelos vãos das portas. E que, por não caberem nas gavetas, rondam em espectro, meus dias. E dormem à noite, junto com meu sono.
Agora eu entendo que o melhor é esperar. Só que nem sempre consigo. Porque apesar do poder que há em mim, a minha sombra é cheia de senãos e desejos. Não me surpreendo. Não mais. Esse humor ácido é de nós dois. E o meu outro eu, em um espelho que só eu vejo, sorri. E me pede com um gesto, que eu continue caminhando. Eu vou. Já aprendi. É preciso amar o que ficou para trás. O meu passado fez de mim, a justa medida do que sou hoje. E, mesmo que você não saiba, mesmo que ninguém veja, o meu hoje, é mais feliz que o meu ontem. E, não, não falo de felicidade inventada. Falo do bem estar em ouvir o vento e saber que ele voltou a soprar, porque esse é o caminho dele. Falo da minha vontade de voar, porque é isso que eu quero. Falo de todo o amor que eu tenho, porque é disso que eu sou feita.



domingo, 16 de agosto de 2009


(Hector Rojas)

Hoje foi o dia do sol no planetário.
Gosto tanto, tanto, tanto de lá.
É como se fosse um lugar meu, mesmo sendo de todo mundo.

É preciso me conhecer para entender o que eu digo. O que me faz lembrar que, se você é uma das poucas pessoas que tem o endereço daqui, é porque você *realmente* me conhece.


Ouvindo a trilha sonora desse filme de novo. De novo. E de novo.
Sozinha. :(
Deveria haver uma lei "obrigando" que certas coisas fossem compartilhadas.
Sempre.

(Laerte - daqui)

E ontem foi o dia do trânsito pra perder a paciência. Perdi, né? Claro. E fiquei cansada, muito cansada. Pra comemorar, acordei hoje às 11 da manhã. Deliciosamente feliz.
Dormir bem me faz feliz.
Mas o chefe ligou e eu tive de trabalhar, mesmo sem querer. É verdade que trabalhar em casa, de pijama e pantufas é sempre mais confortável. Então...

Duas pessoas me falaram, hoje, que estou com um ar mais leve. Será? Muito provável que sim.
Se por um lado, é bom perceber que grande parte daquele rancor (deslocado e indesejado) já foi embora, por outro, o medo ainda me paralisa.
Não gosto de indefinições e sei bem que crio situações que confundem as pessoas. Pior, confundem a mim mesma.
Digo coisas, querendo outras. E tudo para me proteger. Tentativa frustrada, aliás. Porque termino provocando o que menos quero.
E foi aí que a conselheira estelar me perguntou, assim, na lata: - E o que você quer?
Eu ri. Porque ela sabe o que eu quero.
O que sempre quis: carinho.
Na verdade, eu preciso aprender a aceitar o carinho que recebo. É essa a verdade.
Eu não faço por mal. Esse meu jeito, meio distante e irritadiço, é parte de uma tentativa inocente e infantil de parecer forte. Pra que, né? Isso não serve para nada.
E sabe, a cada dia, acredito realmente, que tudo tem a sua hora certa. O bom é que a maturidade (para não dizer a idade), minimiza um pouco a pressa e está me fazendo entender que a vida vai muito além do que eu sou. E do que eu que quero.

O Brow está fazendo mestrado às sextas, de quinze em quinze dias, um andar acima de onde trabalho também às sextas pela manhã. Fomos almoçar ontem e vamos nos ver sempre que der. Não é o mesmo que trabalhar juntos novamente, mas está valendo.

A Mouzes me disse uma coisa interessante hoje: o inverno não é a melhor época de mudar. Não deixa de ser verdade. Inverno é época de recolhimento. Procurar um apartamento agora, está fora dos meus planos. Mas já começo a pensar nisso.

Falar em Mouzes, tinha mais de uma semana que não falava com ela. E a gente mora na mesma cidade. Meia hora uma da outra...

Definitivamente, o mocinho do estacionamento foi com a minha cara. Isso é uma maravilha. Meu carro está sempre fácil.

A Katinha me contou, toda feliz, que pegou um filme francês na locadora. Quando me disse o nome (Como você é bonito), lembrei que vi no cinema e há mais de um ano.
É por essa e por outras, que estou feliz em Sampa. Apesar do trânsito, das pessoas mal humoradas e das chuvas.
Paraíso é onde a gente escolhe morar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009


(Ben Goss)

Há muitos (e muitos) anos, meu pai me deu um mini dicionário Aurélio. Assim, eu poderia carregar para qualquer canto, quantas palavras conseguisse ler. Ele sempre soube do meu gosto por palavras soltas. Talvez porque imaginasse que um dia eu faria bom uso delas, juntas.
Tenho esse dicionário até hoje. As páginas já estão amarelas e o desenho que meu pai fez na lombada, com meu nome e rosto, já está sumindo. A única coisa que permanece intacta, é o adesivo com uma frase de Goethe que eu colei na capa.

"Seja lá o que você pode fazer, ou sonhar... comece.
A ousadia sempre traz consigo a genialidade, poder e mágica".

Talvez seja isso. Talvez me falte um pouco mais de ousadia. Ou coragem. Porque eu realmente acredito em um mundo mágico de possibilidades escondidas. E em pequenos e sublimes momentos felizes disfarçados de cotidiano.

terça-feira, 11 de agosto de 2009


(Toulouse-Lautrec)


Não dormi de ontem pra hoje e ainda estou acordada. Estranho, né? A dor de cabeça deve ser reflexo disso. Espero que um Dorflex resolva.

O sono era tanto pela manhã que resolvi ir trabalhar de metrô. Mais seguro. Esqueci que ia andar, e fui de salto. Moça inteligente... Meus pés estão doendo até agora. Muito, muito.
Por sorte, na hora do almoço, passei em casa, tomei um banho morno, me joguei na cama e fiquei olhando pra dentro. Não dormi, mas fechar os olhos me fez bem.
A turma da noite foi melhor do que eu esperava. Apesar da dor de cabeça, a aula rendeu. Gosto do que faço, sabe?
Hoje foi o primeiro dia depois das férias, mas parece que já estou de volta há uma semana. Me perguntaram se dá um frio na barriga voltar depois de um mês. Não deu.
Pegar a Radial às seis da noite realmente é exercício de paciência. Mas, confesso que teve uma hora que olhei pra frente, vi aquelas luzes todas ligadas e piscando e tive a certeza de que tinha feito escolhas certas, apesar de algumas erradas.
Eu sei que não sou muito carinhosa comigo mesma. Por isso, fiquei feliz em admitir ter conseguido algumas pequenas e importantes vitórias. Aos poucos, acho que estou aprendendo a respeitar quem eu sou. Leva tempo e o processo é contínuo. A terapia tem ajudado, sim. É um compromisso que assumi comigo: me melhorar.

Recebi um e-mail meio non sense agora. A vida é mesmo engraçada e dá voltas. É feio assumir que me sinto, de certa forma, vingada? Acho que é feio, sim. Mas não posso mentir pra mim mesma. Já fiz tanto isso... essa coisa de racionalizar sentimentos. É mais justo viver a verdade. Ainda que ela seja diferente do que se pensa ser o certo.

Vou dormir. Está passando da hora e amanhã (hoje) acordo às cinco e meia de novo.

Que amanhã o dia seja bom, leve e produtivo.



segunda-feira, 10 de agosto de 2009


(Chema Madoz)

Minhas férias terminam amanhã. Quer dizer, hoje. Porque estou aqui, de madrugada, esperando o sono chegar para acordar às cinco e meia da manhã. E, já são quase duas.
Confesso que não estou muito animada, mas a realidade me chama. Agora é fazer o meu melhor. E torcer para que o semestre seja gostoso e tranquilo. É o que espero e, sinceramente, o que preciso.
Sei que um assunto não tem nada a ver com o outro. Mas a-c-a-b-e-i de achar meu primeiro cabelo branco. Estou apavorada. Espero conseguir dormir.
:P
Ah! E eu gosto de pudim com bastante calda, água gelada e chá. Mas acho que você já sabe... ;)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009


(imagem de Travis Lampe)


Dor de cabeça insistente.
E estou cheiinha de coisas para fazer e resolver. Preguiça. Aguda.

Esses dias andei vendo Top Chef na TV. Voltou a velha e boa vontade de cozinhar. Eu gosto muito. Mas, desisti. Nem é preguiça. Mas sei lá, pra cozinhar, tem de ter paz. Gosto de cozinha vazia. E alguém para lavar os pratos depois.

Falar nisso, comi ontem o melhor bolinho de arroz (com provolone) do universo. Pelamor, o que é aquilo? Foi aqui.

À noite vai ter festa. E eu *tenho* de ir. Vou, porque a dona da festa é amiga pra sempre. Mas, juro, a vontade mesmo era de ficar em um lugar quentinho, escondidinho, vendo filme e rindo. Com boa companhia, claro. :P

Acho que vou ali andar, mesmo com essa dor de cabeça. Quem anda, o males espanta. Ou alguma coisa do gênero.
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(Magritte)


E aí que você passa três horas em reunião e depois vai para um bar com amigos. Porque depois de uma reunião dessas, só bebendo. Mas você bebe pouco. Quase nada. E o quase nada, dessa vez, foram dois chopes. O que é muito para o seu limite de um.
Então, como um por um milagre, você descobre que já não tem mais paciência para um monte de coisas. E é uma monja para outras tantas.
Então, pega o telefone e pensa em ligar para todo mundo que gosta. Mas não liga. Claro. Primeiro porque não tem o que falar, depois porque já é tarde, a cama está quente e é hora de dormir.




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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Uma pausa para os nossos intervalos comerciais.
Como só vocês me lêem, não tem problema.
:P

Para o moço querido do Kung Fu, força e paciência, tá?
Vai dar tudo certinho. Eu prometo.
(E toma um banhozinho de sal grosso).
Beijo, viu?



OUTRA pausa para os nossos intervalos comerciais.
:P

Para o "menino mais meigo do mundo", um abraço bem quentinho.
Bom ouvir sua voz feliz e, assim, de surpresa. Adorei o mapinha com a casinha vermelha.
Continuo na torcida. Ever!



(Ana Coral)


E já que hoje é o dia dos recadinhos, um beijo para a menina mais nojentinha e magricela do planeta. Estou sentindo (muito) a sua falta, viu? Pois é, ando boazinha... mas não acostume. risos



(ilustração de Céo Pontual)
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ontem à noite ganhei a música mais linda de todas. O estranho foi não ter reconhecido logo de imediato, já que ela faz parte da trilha sonora de um dos "meus" filmes.
Hoje, pela manhã, ao ouvi-la pela milésima vez, fiquei tentando achar uma palavra que traduzisse o que sinto quando ela toca. A mais próxima que encontrei foi "encantamento". Acho que não ando boa com as letras. Houve um tempo em que isso era mais fácil.
Então, lembrei de um texto que fiz há alguns anos. Talvez seja isso. Ou um pouquinho mais.

"Às vezes, sou de um gostar tão insuportável que a minha vontade é desintegrar e acordar nos átomos do meu desejo.
Perdi a conta das vezes que me senti mergulhando em um livro, em uma música ou até mesmo em alguém.
Volto sempre saciada e em silêncio.
É como despertar de um transe em uma noite escura e descobrir ser a própria noite.
Em seguida, a solidão me faz companhia. Só ela me entende e só a ela posso me dirigir.
E é quem eu invoco agora. Dessa vez, é em solidão que me transformo, até que o infinito me chame de volta".


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pergunta: por que eu insisto, mesmo sabendo que vai dar errado?
Vou ali fazer um chá.
De camomila.
BEM FORTE.


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(Chagall)

Duas exposições importantes chegarão ao Brasil em breve (Matisse e Chagall). Fiquei feliz com a notícia.
Isso me fez lembrar que, há alguns anos, eu estava em uma roda de leitura em que o autor do texto lido, parou, olhou para os participantes e disse, lindamente, e dentro do contexto que vivíamos naquele instante: "a arte escapa".
Eu, que não entendo muito de arte, "escapei" para outro mundo. Um que construí para viver mais confortavelmente os meus dias de solitude.
A arte me transporta, me transforma e me faz pensar. Não sei se é assim que deveria ser, mas é assim que funciona comigo.
Por isso, fico feliz toda vez que existe a oportunidade de aumentar o repertório do meu mundo imaginário com mais beleza, mais tinta e mais cor.
Talvez eu goste tanto da cor porque ela muda com a luz. Mesmo que a sua essência continue a mesma, ela brinca com a nossa visão, transforma o feio em bonito e faz o branco dormir no silêncio de uma noite escura.

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(Remedios Varo)

Ouvindo a gravação da minha revolução solar. De novo.
Em 2009, peixes é meu ascendente anual, fazendo contrapeso com capricórnio, meu ascendente de nascimento. E ainda: eu tenho Marte em peixes.
Pois é, estou sentimental. Boba mesmo.
Talvez por isso, a noite de sábado tenha sido tão boa, tão encantadora. É lugar comum dizer que amigos são preciosos? É. Eu sei, mas não me importo mais com isso.
Ainda que seja difícil pra mim, eu gosto de receber carinho. É verdade que ainda não aprendi a fazer isso com maestria. É sempre mais fácil dar. Recalques de infância. Mas, já consigo assumir esse meu lado carente. Bom pra mim. Agora é não sair de perto quando alguém estender a mão. Reflexo mais bobo.

Hoje (domingo) foi dia de missa. M.i.s.s.a! Você me imagina indo a uma missa? Não, né? Mas foi lindo ir ao Mosteiro de São Bento ouvir cantos gregorianos. E, depois, ao Café Girondino. Horas e horas conversando. Conversa boa, conversa franca e de coração.
Tudo o que eu gosto. E preciso.
Dias assim deveriam ser pra sempre.

Estou com vontade de pintar. Estranho, pra quem não sabe desenhar nem casinhas. Mas... e daí?

Duas pessoas me falaram hoje de Herman Hesse. E... estou lendo Herman Hesse. Seja sincero, quantas pessoas você conhece que já leram esse autor? Adoro quando essas coisas acontecem. Você pode chamar de coincidência. Eu chamo de mágica.
Eu já decidi, se não fazem por mim, não vou mais esperar. Vou continuar a fazer da minha vida, pequenos e intensos momentos mágicos. E que Plutão no meio do meu céu, me faça morrer. Para que eu renasça mais forte e melhor.
Se você quiser vim comigo, aproveite. A morte é solitária, mas no retorno, sempre tem festa.
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sábado, 1 de agosto de 2009


(ilustração do Benett, daqui)


Sábado com solzinho e eu acordei atrasada. Dia de apertar o aparelho. Ô sina! Mas vamos lá... falta só um ano.
O estranho é que o dentista estava de bom humor e me elogiando.
Alguma coisa está errada, pensei. Então, ainda de boca aberta, olhei para a janela e percebi que o templo estava ficando nublado naquele exato momento!
Definitivamente, dentistas não vão para o céu.
Adeus sol. Foi bom enquanto durou.
E, como fui de ônibus para o consultório, esperei uma eternidade na volta. Justo na minha vez... Desisti, peguei o metrô e resolvi que a tarde nublada merecia umas comprinhas.
E, lá vou eu para a minha loja preferida. Não gostei de nada e minha encomenda não havia chegado. Voltei pra casa rindo e com fome.
Sei lá porque ando rindo de tudo. Deve ser riso nervoso. Fim de férias.
Segunda acaba a mordomia. O que me consola é que hoje tem festa na casa de um amigo, amanhã é domingo e ainda faltam duas luas para a labuta começar.
Rezemos, irmãos.
Nhé!

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(Paul Klee)

Sábado!
Um bom dia gostoso pra vocês, cheio de delícias e de sol (ainda que tímido).
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