segunda-feira, 17 de agosto de 2009


(Remedios Varo)

O dia amanheceu tão lindo hoje. Tão lindo! Prenúncio de coisa boa vindo por aí.
Espero. Porque eu mereço coisas boas.
O mensageiro dos ventos do meu quarto tocou quando escrevi isso. Sinais que só existem em um mundo que criei pra mim. É por causa dele que olho o céu e me vejo estrela. Mas nesse meu mundo, há também o que não quero. Pensamentos que entram pelos vãos das portas. E que, por não caberem nas gavetas, rondam em espectro, meus dias. E dormem à noite, junto com meu sono.
Agora eu entendo que o melhor é esperar. Só que nem sempre consigo. Porque apesar do poder que há em mim, a minha sombra é cheia de senãos e desejos. Não me surpreendo. Não mais. Esse humor ácido é de nós dois. E o meu outro eu, em um espelho que só eu vejo, sorri. E me pede com um gesto, que eu continue caminhando. Eu vou. Já aprendi. É preciso amar o que ficou para trás. O meu passado fez de mim, a justa medida do que sou hoje. E, mesmo que você não saiba, mesmo que ninguém veja, o meu hoje, é mais feliz que o meu ontem. E, não, não falo de felicidade inventada. Falo do bem estar em ouvir o vento e saber que ele voltou a soprar, porque esse é o caminho dele. Falo da minha vontade de voar, porque é isso que eu quero. Falo de todo o amor que eu tenho, porque é disso que eu sou feita.



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