domingo, 31 de janeiro de 2010

("capa" do DVD Melinda e Melinda)

Vi Melinda e Melinda ontem.
Woody Allen sempre me atordoa.
É como se eu estivesse saído de um porre a cada filme.
Mas a história é chata no começo.
O filme só fica atraente quando escapole do pedantismo, sem explicações e metalinguagens. Apenas a história.
E é justamente nesse ponto, que a personagem vira você.
O que você faria?
Ou ainda: você faria isso?
Sua vida tende ao drama? À comédia?
Ou os dois lados são um só?
Pois é... Eu me pergunto, todos os dias, quem realmente sou. E o que realmente faço da minha vida.
As respostas chegam, quase sempre, embaralhadas.
Isso tem lá o seu lado histriônico. Mas, não é isso o que eu quero.
Quero respostas, sem o contingente histérico, tão comum no comportamento do ser humano.
Drogas, neuroses, medos e traumas.
Nada disso me interessa.
Acho, sinceramente, que Woody Allen, mesmo tendo uma personalidade claramente doentia, senta no chão e ri de si mesmo.
E da humanidade.
Ele sabe fazer isso.
E fez em Melinda e Melinda.
É como se ele estivesse, claramente apontando o dedo para a minha vida anônima e perguntando se entendi que não há como escapar.
Talvez por isso o filme termine com um corte seco.
Como a morte.

Se vale a pena assistir?
Sim, vale.

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