sábado, 5 de dezembro de 2009

 

E depois falam que a minha implicância com a chuva é birra.
Na quinta, São Paulo ficou debaixo d´água. Foram 42 pontos de alagamento. Algumas vias de acesso ficaram bloqueadas. Principalmente na Zona Oeste da cidade.
Adivinhe onde eu estava?
Na Zona Oeste da cidade, claro. Dentro do carro, sozinha, parada, em uma das vias de acesso à Marginal Pinheiros. A água subia e eu, que nunca tinha passado por uma situação dessas, não sabia se dava risada ou chorava.
Decidi não me desesperar. A moça do carro ao lado já estava chorando por nós duas. Com razão, aliás.
Abaixei o vidro e perguntei ao moço bonito do CET o que fazer. Visivelmente preocupado, ele me disse para esperar. E eu esperei. Corrigindo provas, ouvindo rádio e pensando sobre a vida.
Duas horas assim.
Pensei muito sobre a vida.
E não telefonei para ninguém. De quei iria adiantar? Preocupar as pessoas não iria aliviar a minha angústia. Também não mandei recadinhos pelo celular para saber se minha família e os meus amigos estavam bem.
Eu não estava bem. Talvez fosse a hora de se preocuparem comigo. Mas dificilmente isso iria acontecer. A imagem que fazem de mim é diferente do que sinto, mas corresponde ao que faço. E eu faço as pessoas pensarem que consigo me virar muito bem sem ajuda.
É uma falsa onipotência. Talvez seja o medo de precisar e não ter. Talvez isso venha da infância, ou seja um traço da minha personalidade.
A questão é que me descobri sozinha e muito mais preocupada comigo do que eu jamais fui.
Eu não sei ainda de muita coisa. Só sinto que, talvez essas duas horas aflitivas, tenham sido as melhores duas horas da semana.
Mesmo tendo sido as piores. 


4 comentários:

Maísa Picasso disse...

Puxa, Lidi, que babado! Nem sei precisar o que é isso. Este ano, aqui em Salvador, andou tendo umas chuvas dessas e muita greve de polícia também. É engraçado porque a gente se sente tão pequenininho...parece que a bolha em que vivemos estoura e todo o esquema de segurança que tínhamos da vida vai pelos ares :P

Daí que alguém vai nos dizer que esse caos na vida da gente acontece vez em quando para resignificarmos coisas. E tem razão. Sem isso a gente é donodomundo demais, né?

Pablo Carvalho disse...

Rapaz, perdeu a chance! Quando ficar presa assim por duas horas, liga pra gente! Fazemos um voz e violão (a voz da Mai é linda) particular pra você, diretamente da Baêa. Pire aí, que moral... E se a água subir, o repertório muda: Se a canoa não virar, olê, olê, olá...

Maísa Picasso disse...

Pablo, deixa de ser abusado!
Lidi, porque você não vem para cá com Moca semana que vem?

Lidiane disse...

Mai.
A sensação de impotência é inacreditável mesmo.
Mas, valeu a força.
E, não dá pra ir, não.
Tou terminando outro curso e preciso escrever o trabalho final.
Mas, logo logo eu vou.
Beijos, viu?

Pablo: era pra rir?
:P
:P
:P