domingo, 19 de setembro de 2010

 (Siegfried Zademack)

Estou evitando pensar. Parece estranho vindo de mim, mas não tenho muita energia para isso ultimamente.
As obrigações se avolumam e eu, confesso, já não sei mais por onde começar. Meu perfeccionismo, antes, atributo paranóico que me fazia colocar o tempo e o espaço da minha vida em ordem, foi para o ralo.
Eu quero tranquilidade para fazer as coisas que realmente gosto. Para passear, ler meus livros, ver filmes e sim, trabalhar. Eu gosto de trabalhar. O que não gosto é dessa prática indecente de apagar incêndios que eu mesma promovi na minha vida. Estou exaurida. E, sim, eu mesma sou agente disso. Mea culpa, mea maxima culpa.
Preciso pagar as minhas contas e o sistema me engole. Eu me deixo ser aproveitada por ele. E o dilema, que não é só meu, permanece: como viver, manter um padrão de vida e ainda assim, ter tempo para o prazer?
Talvez fazendo do prazer, minha profissão. E, não, não é isso que você pensou. Vai além de qualquer coisa que eu consiga projetar por agora.
Estou, realmente, colocando em um prato raso decisões a tomar. Sem profundidades e subterfúgios. 
Porque é assim que me sinto neste instante: superficial. E eu sei que há tanto em mim. Tanto... que ontem, no refúgio de um planetário estrelado, no meio de São Paulo, pensei em como eu já me deixei levar por capricho e o medo. E era o que eu estava fazendo naquele momento. Sendo teimosa e caprichosa. Eu já não tinha aprendido que quando tem de ser, as coisas fluem? Muita teoria para pouca prática...
Este ano, em particular, esses últimos dias, têm sido difíceis. Não há mais esforço que antes, não há nada diferente de antes, além do reconhecimento de desejos que eu projetava de forma errada. Ainda vejo algumas coisas de uma perspectiva tardia. Ainda me culpo por respostas que dei e dias que se passaram sem que eu fizesse nada. Ontem, a madrugada demorou a passar, provavelmente, reação ao café tomado na mesa de um restaurante. 
E enquanto o café me deixava com menos frio, eu contempava meu capricho de frente, melancólico e me dando dicas de que ele não era pra mim. 
Por que eu insisto? Porque minha ansiedade e a minha pressa embaralham o óbvio. Porque eu não quero ver.
O mais difícil vem depois. É difícil articular pensamentos saudáveis quando se está insone. Em sonhos, tudo parece mais fácil de se resolver. Dormir é fuga ou descanso?
Conselheira Estelar tem razão: estou em meio a mudanças profundas. Só não sei ainda como conduzí-las. Mas já entendi que há entrelinhas que ainda não foram decifradas. Domingo passado foi um dia para isso. Para decifrar entrelinhas. Um dia forte, penoso e revelador.
E, em um ritmo meio paquidérmico, estou fazendo por mim, sabe? Buscando a cura de uma ferida que nem eu sabia que existia, vejam só...
Quebrar padrões de comportamento é trabalho hercúleo. Mas já pedi ajuda. Ela está vindo. Eu sei que está. Porque eu estou me mexendo.
De novo eu lembro do céu estrelado do planetário. Com tantas galáxias, eu estou aqui, nesta. Flutuando e viva, em um espaço de infinitas respostas de perguntas que ainda nem foram formuladas.
Agora eu sei que estou aqui. Quase pronta para ser a minha própria Supernova.

3 comentários:

Orquidea Beladona disse...

...entao, parabens :)

OBS: a consultora estrelar atende por email? XD

Orquidea Beladona disse...

estelar ¬¬

Jaime Guimarães disse...

Lidi, é de fato uma fase de questionamentos. E questionar para promover mudanças não é fácil. Estamos ( digo assim porque me vejo com os mesmos sentimentos) procurando por algo que talvez não saibamos direito o que é. Acho.

Estou deixando de mão várias coisas. E não é nada planejado, é um "let it roll, baby, fuck off!" bem apático...e (acho) nada saudável.

Bom que a Supernova aí está acontecendo!

bjs