quinta-feira, 7 de julho de 2011

(Siegfried Zademack)

Meia Noite em Paris é bacana. Meio pretensioso, mas bacana.
É um filme de Woody Allen, portanto diálogos geniais são esperados. E, sim, aconteceram. Muitos.
Mas isso não some com os clichês do filme. Protagonista-alter-ego é um deles. Por isso, não me incomodei em ver um Picasso bobo da corte, um Lautrec sem brilho, um Dalí pateta e um Buñuel quase mudo. O retrato é de W.Allen e não meu.
O filme é em uma Cidade Luz vivida por ele e não por mim. São impressões e sensações dele e não minhas.
Se eu faria diferente? Esse "se" é teoria pura. E teoria demais cansa. Tanto quanto gente que discute os rumos do mundo e esquece de conferir o saldo no banco.
Se eu assistiria de novo? Sim.
Agora... o que me fez transbordar ontem foi Cisne Negro.
E, se você não está morto para a vida, possivelmente sentirá sua sombra se mexendo quando assistir. Porque o filme é isso. Um duelo em que a loucura e a sanidade trocam de lado. E você é o protagonista. 
É, eu sei. O tema é recorrente, a motivação é óbvia, mas isso tudo, de novo, é pura teoria. Porque, tenho certeza, toda essa angústia, toda essa melancolia cansativa é fruto do medo. Medo de secar por dentro, enquanto o mundo transborda cá fora.

2 comentários:

Jaime Guimarães disse...

Olha, já falaram tanto, mas TANTO desse "Cisne Negro" que andei até cogitando assistir a este filme.

Talvez um dia eu consiga assistir, se encontrar motivação para isso.

( e concordo contigo: tudo isso é o medo)

bj

Transitivo e Direto disse...

Ow, anjo. E quem não tem medo, hum?
Assista, sim. Você vai gostar. Prometo.