sábado, 16 de julho de 2011


(Wladi - daqui)


Cólica é uma das dores que eu menos gosto. Não que eu goste de dores, entenda. Mas, não consigo conviver muito bem com a certeza mensal da dor. É um expurgo à prestação, que me faz, de certo modo, entender que o meu azedume de TPM é perdoável. E nem sempre tolerável.
Com dor, não faço outra coisa além de ficar deitada. Por medo, precaução e restrições médicas, não posso me transformar em um vidrinho de comprimidos. 
Com cólica, eu não como, não durmo e quase não respiro. Porque respirar dói no ventre.
Então, eu li. Passei o dia lendo e tomando chá. Enquanto a casa, no movimento de sábado, era posta aos ares, pela faxina. 
Estou gostando muito, mesmo, de "A Elegância do Ouriço". É preciso pausas para lê-lo. E, gosto delas. 
Tudo isso para dizer que em um desses intervalos e já com menos dor, resolvi ir procurar o que comer na geladeira.
Achei batatas, queijo branco e pão. 
Esquentei e enquanto comia, lembrei de Henry Miller.
Para Miller, uma "boa refeição" e uma "boa foda" eram sinônimo de felicidade.
Achei essa lembrança conveniente.  
Sempre acreditei que foda fosse uma palavra masculina. 
Mas, claro, não é. Não poderia ser. 
Talvez por isso, eu ali, em pé na cozinha, comendo batatas, e pensando em Miller, me pareceu tão engraçado e feminino que comecei a acreditar que está na hora de começar a reler meus livros preferidos.
E, quem sabe, voltar a escrever.
Quem sabe...

2 comentários:

Jaime Guimarães disse...

(ainda preciso ler algo do Henry Miller).

Volte a escrever. Vai ser fodástico!

:)

Transitivo e Direto disse...

Fodástico?
Risos.
Eu não imagino você falando isso, Jaiminho.
Boca suja é pra mim. :P
Eu iria amar dar de presente um Miller pra você. Sei que adoraria.

Beijos.