domingo, 27 de setembro de 2009


(Nicoletta Tomas Caravia)

Ele me disse, entre um sorriso esquisito e um cigarro, que o tesão pela minha inteligência era tanta, que queria lamber meu cérebro. E foder com o meu verbo.
A minha repulsa não foi pelo cigarro, pela imagem do cérebro lambido, a minha repulsa não foi por ele.
Foi por aquele tênis imaculado.
Branco. Virgem de caminhar pelo mundo. E aquelas mãos de quem nunca trabalhou.
Como eu vou amar quem não vive por medo de se sujar?
Não, eu gosto de quem se encoxa com a vida, de quem arrisca o que não tem. Eu gosto de abrir os braços e sentir que meu corpo se abraça ao desejo de quem andou por aí e voltou repleto de delícias, num sorriso frouxo. Incorruptível e com histórias para contar.
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Concentração

Com ou sem
tração.

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(Gitana, de Haline Moretti)

Confusa e pensativa.
Talvez sejam os hormônios, talvez seja o tempo. Talvez seja eu, pensando em você. Talvez não seja nada. Nunca.
Ou seja tudo. Hoje.
Talvez a vida não faça sentido, ou a vida me faça sentir.
Talvez seja esse o sim, do não que eu esperava.
Talvez.

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(A natureza morta com Magnólia, de Matisse)

É tudo, de repente, um grande aglomerado de coisas. Você, sua vida, a arte que cerca seus olhos, os sons das pessoas que passam, e o amor do mundo, pelo desamor d
o mundo.
Então, você pensa que coisas boas acontecem. Faz o jogo do contente, resgata memórias passadas e vive em um presente futurista.
Sim, coisas boas acontecem.
E você teima em vê-las. Onde quer que elas se escondam. Mesmo que você se esconda.

Ontem fui ver Matisse na Pinacoteca.
Se você me conhece um pouquinho, já deve saber que a Pinacoteca é um lugar especial para mim.
Mas não sei se gostei da exposição. Gente demais, silêncio de menos.
Volto outro dia. Talvez para isso sirvam as tardes cinzentas de chuva. Talvez pelo cinza, eu goste tanto das cores que explodem em um Matisse.
Talvez.


A Virada Russa, no CCBB, não estava diferente. Fila para ver Ka
ndisky, fila para ver Chagall, fila para ver qualquer coisa que eu quisesse ver.
Mas uma das filas me trouxe um presente. Quase que como um pedido de desculpas. E eu, aceitei.
Também enfileirado, o Laerte falou comigo. Quase uma metonímia: a fila
pela fila. A arte pela fila.
- Sim, é fila para ver Chagall. E poxa, você é a cara do Laerte. Igualzinho.
- É que eu sou o Laerte.
Silêncio no CCBB. Silêncio imaginário, claro. Porque as pessoas falavam sem parar, mas meu cérebro congelou. A minha cara deve ter dito tudo. E, para salvar o planeta de mais uma fã besta
, ele perguntou:
- Eu conheço você?
- Não, você não me conhece, mas eu conheço você. E eu sorrio.
E ele sorri de volta.
- Não estou te devendo nada, né? E ele ri de novo.
- Tirinhas autografadas.

E ele ri mais uma vez com a resposta. Laerte risonho.
Ou, eu acho que ele ri. A essa altura, eu já estava sem respirar.
A fila andou. Me separou do Laerte.
Grudei no braço do "moço do arroz japonês" e só sabia dizer:
- Cara, era o Laerte!
E o "moço do arroz japonês", acho que com pena, me apertou o braço, mexeu no meu cabelo e riu. Junto com as filas que criaram vida e que a essa altura, têm um lugar garantido no
meu coração.

Na volta, resolvi que merecia outro presente.
Fiz compras na minha loja preferida, dei voltas, a pé, por ruas conhecidas e sorri para a Alice, para o coelho e para o Chapeleiro Louco que há em mim.

Um desaniversário completo. Porque quando cheguei em casa, tinha até bolo.


(Laerte, como sempre, genial)
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P.S. E caso você não tenha entendido nada sobre a Alice, o coelho e o Chapeleiro Louco, é só clicar neste link.
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quarta-feira, 23 de setembro de 2009


(Renoir)

Hoje de manhã, fui de metrô para o trabalho. Assim, poderia corrigir uns trabalhos e entregar logo.
Até aí, tudo bem.
Rotina.
Masssssssssss, o metrô parou um tempão em uma das estações. "Sem previsão de retorno".
Meia hora depois, seguimos. Desembarquei aliviada e procurei um táxi.
Não tinha táxi no ponto. Não tinha nada em lugar nenhum. Oito da manhã, eu atrasada, e as ruas estavam quase fantasmagóricas. Isso parece meio história da Carochinha em se tratando de São Paulo. Mas tudo bem.
Quando cheguei na Uni, fiquei sabendo que o metrô parou porque... tcham... um vagão pegou fogo.
F-o-g-o!
Como sempre, tudo foi resolvido rápido, mas, pelamor, né? Fogo?
Comecei a aula pensando em como seria o meu dia depois dessa...
Mas, a vida é boa.
E...
Recebi um improvável elogio surpresa, assim, no meio da manhã.
Não estou acostumada, sabe?
Pra falar a verdade, normalmente, eu desconfiaria, mas dessa vez, não deu.
Foi tão bonitinho que fiquei meio boba. Mais que o normal.
Na volta, lembrei de uma situação chata que mexeu comigo há um tempinho e, comecei a chorar.
Pois é, chorar. No metrô.
Disfarçadamente, claro.
Não foi de tristeza, não. Foi TPM misturada com uma-sensação-de-não-sei-o-que. Tenho pra mim que foi uma sensação de, "você consegue, Lidiane. É só querer".
Posso contar um segredo? Descobri que eu quero! (Ainda que você não saiba o quê).

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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Chove sem parar.
E você já sabe... não gosto.
Ponto.
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(Botero)

Você liga a TV para se distrair um pouco, enquanto corrige trabalhos e... aquela cena, daquele filme, está ali, depois de dois anos.
Aquela cena.
Daquele filme.
Você ri. Porque faz tanto tempo...
Você agora é outra. A vida agora é outra.
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domingo, 20 de setembro de 2009

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Para o moço do limão:
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(clique na imagem para ampliá-la)

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sábado, 19 de setembro de 2009



(Bichinhos do Jardim - aqui)
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Me contendo aqui para não fazer (e falar) besteira.
TPM no auge. Um terror...
Sabe uma verdade? Nunca, nunca (nunca) leve em consideração alguma coisa relacionada a mim quando estou assim.
É sério.
Mas passa. Sempre passa.
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sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Rua Butantã, Pinheiros, às cinco da tarde
Cheguei ao trabalho, subi e tirei a foto


Tão lindo quem sorri com os olhos, né?

Adoro!

A Kopenhagen é mesmo um sonho. Me perco todinha quando passo em uma loja. É o quinto aniversário este mês. Mas hoje, resolvi ser boazinha e comprei um presente pra mim também. Mereço.

Descobri porque minha coluna estava doendo tanto. Trânsito. A Radial é super (super) apertada e os motoboys nos corredores não ajudam em nada. Ao contrário. Então, pra não desviar um milímitro dentro da faixa, estava fazendo força para segurar o volante. Resultado: costas travadas. Agora que já sei, ou relaxo ouvindo musiquinha calma, ou vou por um outro caminho (cheio de caminhão gigante). Não sei se trocar moto por caminhão é um bom negócio. Vamos ver, vamos ver...

Sono, muito sono.
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domingo, 13 de setembro de 2009


(Matisse)

Acordei tarde. Estou cansada, você sabe. Cansaço mais mental que físico. É bem verdade...
E não consegui fazer nada de produtivo até agora.
Pelamor, né?
Eu p-r-e-c-i-s-o! Senão passo a semana toda me arrastando e atrapalhada. Não dá.
A parte boa foi (quase) acordar com uma voz atrapalhada ao telefone. Muito, muito bonitinho.
Compensou os sonhos super-hiper-estranhos dessa noite.

Ontem tentei comprar "a bíblia do Crumb", só que ainda ainda não foi lançada aqui no Brasil. Vamos esperar pacientemente, mesmo porque, não estou tendo tempo de ler nada fora das obrigações técnicas. Chato né? Mas é assim mesmo. Tudo ao seu tempo (acho!). :P

A uni que trabalho comprou um planetário itinerante e instalou, provisoriamente, em um dos campi. Fiquei numa felicidade tão grande quando vi aquela tenda gigante e azul no meio do pátio... Conversei com o professor de astrofísica que estava lá e, provavelmente, os alunos da graduação vão ter acesso às exibições públicas. Fiquei sabendo também que vamos ter um curso de especialização em astrofísica. E que qualquer um pode fazer, já que o curso trabalha mais com física teórica. Meus olhos brilharam. Juro. Eu sei que não tenho mais condições de me meter em empreitada nenhuma, mas poxa... estudar as estrelas...
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Louca pra ver Matisse na Pinacoteca. Não vejo a hora.
Tem também a Virada Russa, com obras de Kandinski e Chagall no CCBB.
Claro que vou, né? E de joelhos.

Acho que vou ali dormir mais um pouco. Não estou conseguindo pensar direito.
A massagem de ontem me fez muito bem (além de colocar a minha coluna no lugar). Aquele cara tem mãos santas. Acho que relaxei tanto que só penso em dormir.
Té mais.
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Ontem, no finalzinho do dia, eu estava no altão de um prédio.
Não resisti e tirei umas fotos da cidade anoitecendo. Não ficaram boas. Pra variar.
Acho que preciso de um celular novo, sabe? Com uma câmera melhor.
O problema é que gosto do meu. Vive caindo e não acontece nada. Além de tudo, não é muito fininho, então, posso colocar no bolso da calça e sentar em cima.
Imagine só um celular muito fininho aguentar... Fora de cogitação.
É, eu sei... :P



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Acabei de comprar "Toda Mafalda".
Fi-nal-men-te!
Estou tãoooo feliz. Porque você sabe... amo (AMO) a Mafalda.
Ainda não chegou, mas para quem esperou tanto tempo, uns dias a mais são apenas uns dias a mais, né?


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sábado, 12 de setembro de 2009


(Angeli)

Quase quatro da manhã.
Deliciosas lembranças.
Estou lisonjeada.
É bom me sentir assim de novo.
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terça-feira, 8 de setembro de 2009

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Alguém pode, por gentileza, me explicar QUE CHUVA É ESSA?

Obrigada.

:/
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domingo, 6 de setembro de 2009


(O livro de Gênesis, por Crumb)

Choveu tanto, tanto e tanto, que começo a sentir guelras saindo do meu pescoço.
Meio assim... mutante.
Será que o professor Xavier me adota?
:P


Mamilis voltou.
Com presentinhos, como sempre.


Hoje foi dia de Maria.
A casa ficou um brinco.
Na verdade, desde terça ela está arrumadinha. Graças ao poder e obra da Super Luzi. Mas, como não paro em casa, nem tive tempo de desarrumar. Ainda bem, né?
Detesto bagunça, mas aprendi a conviver com ela, senão surto. E, ultimamente, não posso me dar ao luxo de surtar. Sem tempo total.

Esqueci de falar (isso merece registro), na quinta, um motorista de táxi me deixou assim que me pegou. Eu ia para um extremo, ele queria ir para outro. E estava chovendo. Muito.
Sujeito desalmado.

Eu sabia que boa coisa não ia sair dali, assim que entrei no táxi e vi o DVD do Leonardo tocando.
Leonardo, minha gente! L-e-o-n-a-r-d-o.
Aí, pra não perder o rebolado, desci do táxi (contrariada, lógico), passei por aquela passarela deprimente da Rebouças x Clínicas e, na chuva mesmo, saquei o celular, tirei uma foto do trânsito e fui embora rindo. Sei que parece loucura, mas a única coisa que me ocorreu foi registrar aquele momento molhado e non sense. Taí a foto. Tremida, claro. Só de pensar na escada gigantesca e balançante que teria de descer em seguida, tremi.


(Rebouças engarrafada em uma noite de chuva)


Hoje, passei o dia quase todo trabalhando. Milhares de questões para uma prova infinita. Duas provas, aliás. Assim que terminei, comecei a estudar. Desde o começo do ano sou a mais nova aluna matriculada em uma pós de EAD. Parece piada, né? Estou comprando tempo. Você vende?
Sabe o mais engraçado? Estou doida pra terminar de estudar (pelo menos uma parte do que preciso), deitar e... ler!
Descansar carregando pedra. Lê rê, lê rê.

O motivo para tanta fissura é que o Crumb lançou a bíblia em versão quadrinhos. E na Piauí deste mês, há páginas e páginas com os desenhos. Óbvio que amo o Crumb. Seria até esquisito se não estivesse curiosa.


(Deus, Adão e Eva, por Crumb)

Falar nisso, lembrei que uma vez me disseram que pareço uma das mulheres desenhadas por ele. Pode até parecer demérito, mas não é. Até um porco espinho desenhado pelo Crumb fica estiloso. Além do mais, as mulheres do Crumb são do tipo grandes e gostosas. Assim como as mulheres do Fellini. Entendeu o elogio agora, né? Pena que isso faz um tempão... :)




Ah! Hoje descobri que meu sobretudo lindo está apertado. Amanhã voltamos a caminhar. Eu e o celular que toca musiquinha. Quem sabe andando sem parar, um dia o Crumb não me desenhe...
:P
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sábado, 5 de setembro de 2009


(Matisse)

Estou um pouco triste, sim.
Por um monte de motivos.
Talvez o cansaço seja um deles. Ou o causador disso tudo.
Mas a vida tem sempre uma parte boa. Sempre.
Na quarta, recebi um e-mail com uma reportagem sobre a Mafalda. Sabia que fizeram uma escultura dela em um banco de praça na Argentina? Fizeram sim. E fico feliz quando alguém olha pra Mafalda e se lembra de mim. Ainda mais quando é alguém querido há tantos, tantos anos.
Quinta-feira, eu estava no meio da rua, na chuva, sem perspectivas de chegar no horário e, de repente, recebo uma mensagem no celular.
Dessa vez, era ele, o menino mais meigo do mundo, desejando que eu estivesse quentinha e aconchegada.
Não estava, mas fiquei. E essa foi a melhor parte de um dia chato.
Ontem, uma amiga querida saiu totalmente do trajeto dela e me deixou em casa depois do trabalho (que terminou quase meia-noite). E ela fez isso só pra conversar. Porque é bom conversar com quem se gosta. E eu fiquei agradecida do fundo do meu coração.
Agora há pouco, acordei com vontade de me esconder. Então, recebi outra mensagem. De outra amiga, sentindo a minha falta em um passeio que eu ia fazer, mas que furou.
São delicadezas assim, sabe? Que salvam os dias nublados. Como hoje.
Então, eu paro e, mesmo que eu continue com essa cara emburrada, entendo que tudo é fase. A vida não precisa ser exatamente como eu quero.
É, eu sei... dias ruins são para que os dias bons fiquem (ainda) melhores.
E você sabe, eu sou otimista por natureza. Mas, tenho noção, né? Sei que não tenho vocação pra libélula descompensada e saltitante. Então, enquanto isso, vou ali, fechar as janelas e como diz, a minha mãe: "dormir um sono e sonhar um sonho".
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P-R-E-C-I-S-O!


Assim, em letras maiúsculas e em negrito.
Aprendi a ler com as revistinhas dele. E, nem precisa me conhecer de verdade pra saber o quanto isso é importante na minha vida.
Maurício de Sousa e Monteiro Lobato são dois caras que amo.
Pra sempre.
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Ninguém está lendo, né?
Então, confesso. A coisa mais sexy (e deliciosa) do mundo é a barba grisalha de um homem inteligente.
Prontofalei.

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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

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Ai, gente. Berinjela é bom de qualquer jeito, né?
:)

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(Chiquinha - daqui)


Eu acho que sou viciada em tirinhas e charges.

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quarta-feira, 2 de setembro de 2009


Avenida Chile, prédio da Petrobras, RJ
Fotografia de Paulo de Loyola

Se nós temos a bandeira do Brasil, na Fiesp da Paulista, os cariocas têm o prédio da Petrobras em verde e amarelo, no meio da Avenida Chile.
Adoro o Centro do Rio de Janeiro. É tão lindo.
E, definitivamente, eu adoro o sotaque carioca.
Adoro!


terça-feira, 1 de setembro de 2009


(Prédio da Fiesp, na Paulista)

Ontem, às sete da manhã, no meio da Paulista, uma bandeirona do Brasil coloriu o meu dia. E o céu estava tão azul que não resisti e tirei uma foto. São Paulo, naquele momento, para mim, se fez linda. Pelos contrastes, pelo gigantismo, por eu estar aqui.
Apesar da rotina estafante, do meu evidente cansaço e do mau humor esses dias, se você olhasse para mim, naqueles poucos minutos, veria um sorrisão estampado no meu rosto.
Pena que a foto não ficou das melhores. Eu sei... :P

Mamis viajou correndo para Minas ontem. Meu tio está em coma. Estamos todos meio apreensivos. Pois é... e quem foi mesmo que disse que o homem já nasce com o gérmem da própria destruição? Por mais que eu tente, não lembro o autor. Mas lembro bem de ter ficado umas boas horas muda, depois de ouvir essa frase. Às vezes, sinto tanta saudades da faculdade de história e de aprender coisas assim. Sinto tanta falta de gente que me inspire, que me faça querer aprender mais. Sinto uma honesta e sincera falta de me apaixonar pelas coisas e pelas pessoas...

Minha irmã me deu um livro com tirinhas da Luluzinha.
Só alguém que me conhece desde bem pequena para adivinhar minha felicidade com um mimo desses.
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(clique para ampliar)
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