quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


 (Remedios Varo, Cazadora)

E a tecnologia faz mais uma vítima.
Esta semana, recebi um torpedo que não era pra mim. Mas tudo bem, porque no final das contas, isso até ajudou na comunicação com o remetente distraído.
Mas ontem, o erro foi meu. E, nossa, que situação embaraçosa! 

Tive de explicar o que houve e acho que me saí bem. O melhor é que fiz isso falando a verdade. E a verdade é que estava apertando o "enviar" para uma mensagem, quando, na mesma hora, chegou outra. Minha mensagem, não sei como, foi para o destino errado. Tentei, em vão, cancelar. Pra nada, claro. Porque o sinalzinho verde de "enviado" piscava sorridente e irônico ali na minha frente.
Paciência. Só me restava aceitar e sofrer na mão do dentista. Que aliás, tinha acabado de me chamar.
Pois é, dentista.
Segunda vez esta semana. Se-gun-da. A terceira vai ser na sexta-feira. Não é uma maravilha?
O porteiro do prédio já decorou o meu nome e o meu RG. Depois de quatro anos e meio, eu e o seu Carlos já estabelecemos até uma conversa saudável sobre o tempo. É ele quem me avisa sobre a "chuva de lascar" pra dali a meia hora, ou então, que o tempo anda seco, o que faz mal pra quem trabalha falando, como nós dois. Vejam só, eu e o seu Carlos somos quase íntimos. E, sinceramente, quando, daqui a uns mil anos, o meu tratamento terminar, acho que só vou sentir falta dele.
Falando nisso, acho que não contei pra você. Perdi minha correntinha de ouro. A mesma que usava desde que era pequena e que, possivelmente, você já viu um monte de vezes no meu pescoço, pessoalmente ou em fotos...
A correntinha era da minha mãe e ela me deu, há uns vinte anos, depois de insistentes apelos e argumentos de que, "se eu já uso há tanto tempo, ela já é minha por direito". 
Eu, raramente, a tirava do pescoço. Até há uns dois meses, quando ela, misteriosamente, sumiu.
Senti um vazio, sabe? Pode parecer bobagem, mas toda vez que me olhava no espelho, sentia falta de alguma coisa. Não era eu inteira ali.
Ontem comprei outra corrente. Decidi que merecia. Ela não é igual a outra. E, claro, não tem o mesmo valor sentimental. Mas é fruto do meu esforço. Talvez isso simbolize uma nova etapa pra mim. E eu espero que seja, finalmente, a etapa da Lidiane adulta (menos birrenta e mais segura).

2 comentários:

Pablo Carvalho disse...

Conquistar é crescer. Desapegar, também. Duplo aprendizado numa história só, e veja só, lição dada à minha amiga tão apaixonada pelo aprendizado. Mega abraço, querida Lia.

Transitivo e Direto disse...

Bito, será que janeiro demora? :)