terça-feira, 11 de maio de 2010

(Dali - Fantasma de Vermeer Van Delft que pode ser utilizado como mesa)


Eu sei que é difícil acreditar, mas sou silenciosa.
Não gosto de barulho, então, não faço muito barulho.
Andando, comendo, vendo tv, lendo e dormindo, eu sou silenciosa.
Gosto de música baixa, gente de voz melódica, carros que não roncam e barulho de metrô. Única e exclusivamente porque abafa o som das pessoas.
É claro que há momentos em que eu falo. E falo muito.
Gosto de conversar. E se acho alguém que tenha assunto, desando a conversar. E rir.
Nesses momentos, entre os amigos, eu sou falante. E eu trabalho falando.
Fora isso, nem vai perceber que estou em casa ou em algum lugar. 
Tudo isso pra dizer que detesto gente barulhenta. Gente que narra os acontecimentos cotidianos:
- Agora vou lavar louça.
- Tenho de ir ao banco hoje.
- Este leite está quente, mas vou tomar com biscoito gelado.
Também não gosto de quem respira alto. É muito estranho alguém provando pra você o tempo todo que está vivo porque respira. Eu já sei que está.
Sim, estou meio emburrada. Talvez se eu dormisse um pouco mais e tivesse mais tempo para decantar meus pensamentos, não me incomodaria tanto o barulho do mundo.
Mas isso não acontece, então, fiquei  feliz quando esses dias, perguntei a um amigo o que faríamos até derminada hora. E ele disse a frase mais deliciosa da semana (acho que depois de ler meus pensamentos):
- Nada. Hoje vamos ficar só olhando.
E ficamos.



2 comentários:

Sarah K disse...

Lidi,
eu, como sempre, contraditória, rssss

gosto do silêncio, mas como na música clássica que tem sucessivos silêncios e rumores barulhentos cheios de energia - barulhões e silêncios deliciosos!

mas te entendo, tb adoro o silêncio... muitas vezes, gente que fala muito me cansa e me pergunto intimamente: "qdo ela vai calar a boca?" rsss

se permita emburrar, mas sorria sempre!

beijos
;-)

Transitivo e Direto disse...

Saudade.

Beijo.