quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Je ne parle pas français - em Paris :P

Pouca gente sabe disso, mesmo porque, é uma história que precisa de contexto.
Mas vamos lá, este blog já virou mesmo uma filial do "era uma vez"... qualquer história cabe. 

Quando fazia mestrado, há alguns anos, minha orientadora pediu para que eu lesse, especificamente, um livro, pouco conhecido aqui no Brasil e que tinha a ver com o meu objeto de estudo.
Como boa aluna que *era*, fui em busca. 
Esgotado. 
Semana passada, conversando com um dos meus chefes (amigo da minha orientadora), contei a história.
Ele não conhece o livro e ficou curioso. Procurei uma cópia (literalmente cópia) para emprestar a ele. E por curiosidade,  também procurei o tal livro na Estante Virtual . Ainda hoje, depois de tanto tempo, não reeditaram. Só tem um pra vender. Unzinho. E custa 120 reais. Usado. E sim, o livro é fino. Apenas 160 páginas.
Enfim, contei ao meu chefe que, na época, não achei o livro e minha orientadora, gentilmente, ofereceu um empréstimo do seu.
Aceitei.
Uma semana depois, ela apareceu toda elegante com o livro na mão e me emprestou. Era uma edição francesa. Ou seja, estava em... francês.
Devo ter feito uma cara esquisita, porque ela imediatamente perguntou se eu lia francês. Eu nem consegui responder.
Resultado, sem livro novamente.
Mas, você me conhece. Sou teimosa. 
Garimpei todos os sebos de São Paulo e recorri a todas as livrarias que vendia pela internet.
Nada. De novo
Então lembrei de uma livraria com edições portuguesas e, com o pouco de esperança que ainda me sobrava, liguei.
Aqui no Brasil, eles ainda tinham um exemplar, mas iriam verificar na sede da livraria em Portugal para ver se existia mais algum. Eu estava disposta a comprar uns cinco e revender aos meus desolados colegas de curso, que também queriam a obra.
Nenhuma cópia em Portugal. O livro estava mesmo esgotado.
Comprei a única cópia e paguei, na época, coisa de oitenta reais. 
"Xeroquei" o livro e dei o original para a minha orientadora com uma dedicatória mais ou menos assim:
"Para a minha querida orientadora, Foucault.
Na esperança de que meus colegas, agora possam ler esta obra-prima em português.
Um beijo".

Lembrei disso, porque hoje recebi um e-mail do meu chefe, dizendo que, possivelmente, eu irei vê-la em breve. Fiquei, realmente feliz com a novidade. E decidi que vou treinar o meu francês. Vai que...

*Em tempo: o doodle de hoje é uma homenagem a Léon Foucault.
O autor do livro mencionado no post é Michel Foucault. 




Nenhum comentário: